Em 2004, eu estava simplesmente alucinada pela idéia de ter um filho. Do nada, meu instinto maternal gritou dentro de mim e nós passamos a tentar. Mas eu não engravidava. Fizémos todos os exames, e estava tudo normal conosco. A solução dada pelo médico era... continuar tentando, mas desencanar, ficar mais tranquilos!
Cada mês que eu via que não tinha engravidado, ficava frustrada. E depois de um ano inteiro tentando sem sucesso, resolvi tocar a vida e voltei a estudar em 2005. Fui fazer especialização, e esse período foi muito legal mesmo!!
Acho que esse negócio de desencanar funciona de verdade ... eu engravidei no final de 2005.
No início, eu não imaginava que estava grávida. Tive uma pequena tontura uma única vez. Um dia, logo que acordei, me olhei no espelho e tive a impressão de que meu rosto estava "redondo", rosto de grávida... Bom, o fato é que eu achava que não poderia estar grávida, pois eu estava tendo um sangramento. Achei que estava menstruada normalmente, mas não era. Depois eu descobri que esse sangramentoé normal no momento que o bebê "cola" na parede do útero.
Para mim, minha menstruação não estava nomal, estava atrasada... então eu disse pra mim mesma: "Eu tenho certeza que não estou grávida. Mas vou fazer o exame de sangue para confirmar." E fui. Saí do escritório escondido do Henrique, porque se ele me perguntasse onde eu ía, eu ía ter que mentir e parece que quando você mente, a mentira fica estampada na sua cara. E também porque eu não queria falar nada pra ninguém. Sou chata.
Comigo não teve essa de teste de farmácia, esperar mais uns dias... No segundo dia do que eu considerava "atraso" já fiz logo o exame e pronto.
Para meu desespero, o exame só ficaria pronto no final da tarde. E como demorou para passar aquela quinta feira...
Fui lá. Parei o carro, desci, andei até a clínica. Pedi pra moça, que eu conhecia, meu resultado, e ela falou: " Seu resultado vem do laboratório de Campinas... Eles passam por fax." Nisso, tocou o telefone. "Olha, acho que é o seu". E era. Aí, ela destacou o papel do fax, olhou, sorriu e me entregou. Quando eu li o "POSITIVO" lá no final, eu nem sei o que eu senti.
Agradeci a moça, saí rapidamente do laboratório e entrei no carro. Foi a primeira reação.
A minha segunda reação foi cair no choro. Não sei porquê, mas eu chorei meio desesperada. Acho que foi susto. Acho que é diferente engravidar no momento de desencanação, quando se está com a cabeça voltada para projetos de trabalho, estudo e tudo mais.
Fui para o escritório chorando. Parei na frente da loja - chorando - e chamei meu marido - chorando-. Ele veio, e eu dei o exame para ele - chorando-. Ele leu e falou: "O que é isso?"
Eu meio sem paciência - agora sem chorar-: "Eu estou grávida!!"
Ele falou: "Nossa... eu achei que você tinha batido o carro ou sido assaltada... PARABÉÉÉÉÉÉNS"
(sem comentários)
Logo depois, chegou minha sogra e Clarinha na loja. Henrique nem esperou ela sair do carro e foi dando o papel do exame para ela ler: "Olha mãe!"
Ela já achando que alguém estava com alguma doença terminal... entrou em pânico, nem conseguia desligar o carro, óculos caindo na cara, Clarinha pulando em cima dela... "O que é isso meu Deus do céu??"
Quando viu do que se tratava, "VOCÊ TÁ GRÁVIDA?!?!?!?!?!?!?!"
E daí, beijos, abraços, carinhos na barriga, mil recomendações, ligações para família inteira... UFA!!
Naquele dia, vinha uma amiga minha jantar em casa, a Luciana. Ela foi minha primeira amiga a saber. Liguei para minha mãe que não estava em casa.
No dia seguinte ela me ligou pela manhã. Dei a notícia e foi outra festa, mas do jeito dela, calmo, numa boa... mas muito feliz!

Ai ai ai...

Lembrando desse dia, me dá uma saudade dele... Se eu pudésse eu queria vivê-lo de novo. Para começar a pular de felicidade no meio do laboratório, para abraçar a moça que me deu o papel do exame. E abraçar todo mundo que estava ao meu lado. E abraçar a mim mesma... Para, em vez de chorar no carro, sair gritando pela rua de alegria, desenhar corações, comprar flores, chorar de alegria, gritar de alegria, pular de alegria, sorrir, sorrir, sorrir... E também para rezar e agradecer a Deus não só pelo presente que ele estava me enviando, mas principalmente pela oportunidade de ser feliz que estava me dando.

(continua...)

São 5 da tarde, e eu acabei de chegar do Fórum. Uma quinta-feira por mês, eu faço papel de mediadora, e busco fazer com que as partes de um processo entrem em acordo. É legal, eu gosto, aprendo muito com isso, conheço pessoas... Mas isso me esgota ao extremo. São tantos casos que aparecem, cada família atrapalhada, crianças sofrendo... Fico mal.
Hoje por exemplo, apareceu um caso de uma mãe que saiu de casa levando os filhos. Segundo o pai, ela deixou os filhos na rua, ele foi lá, recolheu e trouxe para a casa dele. Bom, isso em resumo, pois a gente nunca sabe até que ponto as pessoas dizem a verdade. Só sei que o casal tremia de nervoso, e para ajudar, estavam sem advogados. Então, eu tive que me virar ali. Quando eles começava a se ofender, eu parava, chamava a atenção deles e começava tudo de novo. Mas na verdade, a separação deles é recente e por isso eles estão nitidamente alterados. Mas acho que a tendência é piorar.
Superadas as discussões sobre a guarda dos menores (que ela concordou em passar para ele, "para encerrar a discussão") e a pensão (que ela concordou em pagar também, "para encerrar a discussão"), tentei enveredar a questão para as visitas:
-A senhora tem ido visitar seus filhos.
-Não.
-A senhora pretende ir visitá-los?
-Não.
Achei melhor repetir a pergunta:
- A senhora não quer ver seus filhos?
-Não.
- E por quê?
-Porque eu acho que ainda não é o momento certo.

Fazer o quê, não é? Achei melhor nem perguntar mais nada, porque já tava me dando uma raiva dela!!!
Daí é isso! Eu fico triste, acabo imaginando as crianças sem a mãe, e tudo mais. Porque mãe faz falta dentro de casa, pelo menos é isso que eu acho. Fico pensando se as crianças estão sofrendo, olho pro pai e penso: "Será que ele cuida direito?"... Ou seja, eu dificulto as coisas para mim mesma.

A gente nem imagina como é a vida das pessoas. E se a tal mulher for daquelas que só prejudicam as crianças?? E se o pai for bacana? Só sei que se trata de gente muito simples, e ao meu ver, deveriam passar por acompanhamento psicológico. Acho que o Judiciário deveria disponibilizar esse serviço aos que precisam. Mas , como não sou eu quem resolvo...

Bom!! ... Agora eu, que não sou boba nem nada, vou correndo pra casa, pra ficar grudadinha com o MEU FILHO, o meu João Henrique!


PS: O mais importante do dia eu não falei: hoje foi dia de pediatra do João!
Ele está ótimo. Mas engordou apenas 150 gramas do mês passado para esse, o que o médico achou normal, pois ele passou o mês com resfriado, virose... e além disso, está mamando menos, o que contribui para não ganhar peso. Crescer, ele cresceu 1/2 centímetro. Eu não encanei com isso! Se o médico me fala que o João está ótimo, eu acredito, porque confio nele. Além do mais, quanto ao peso, ele já havia me dito que o João não nunca vai ser uma criança gorda, que a estrutura dele não é para isso e tudo mais. Então, eu vou me preocupar por que?
Também ele pediu para fazermos o ultrassom no rim dele. Mas depois eu conto o caso do rim do João.
No mais, ele viu que o bebê já está andando e achou que ele anda muito bem para sua idade, 9 meses. E olha que ele nem viu os malabarismos que o JH faz... Dá vontade de filmar e ostrar pra ele.
Agora, as consultas de rotina serão de dois em dois meses.
Fiquei muito muito muito feliz que está tudo bem como meu piriquitinho!
É isso então!!

Como eu disse no meu perfil, tenho um filhinho, que está com quase 10 meses, o João Henrique. Esses dias, o tempo não vem ajudando muito... e faz mais de um mês que ele está com o narizinho naquele escorre-escorre sem fim. Show mesmo, é a hora de colocar remédio dentro do nariz dele... Nossa! Eu fico impressionada como é que pode uma criança gritar tanto daquele jeito. E aí você segura a cabeça, ele gira o corpo e as pernas, você segura as pernas, ele começa a mexer os braços e aí você deixa escapar a cabeça... Então, você tem a grande idéia de deixá-lo encurralado entre você e a parede, sempre segurando a cabeça e tentando mirar o conta gotas dentro da narina da criança, que não pára de gritar, mexer as pernas, o corpo, o braço e agora começa a dar sinais de que vai vomitar... Na primeira esguichada, ele se meche e o remédio vai todo na cara dele. E a saga recomeça... Bom, depois de uns 15 minutos, muita gritaria, a paciência quase acabando e muitos pedidos de "filho, por favor, deixa a mamãe colocar, é pro seu bem..." , como se ele ouvisse alguma coisa no meio daquele escândalo todo, você consegue colocar o bendito remédio dentro das narinas daquele anjo que saiu de dentro de você.
Depois da guerra, meu filho, ofendidíssimo, faz aquela cara de "que decepção, minha própria mãe! como é que você faz uma coisa dessas comigo??", e se esvaindo em lágrimas, me abraça. E a gente fica assim, um tempinho, abraçadinho, ele soluçando, e eu falando: "te amo, meu amor!"... Essa última é a parte que eu mais gosto... rs
É quando então, toca a campainha, você vai ver quem está batendo e se surpreende ao ver a viatura do conselho tutelar, duas viaturas da PM, os atiradores de elite, cães da raça pit bull, alguns negociadores se colocando a postos, uma equipe de TV, entre outros...
Vai dizer que é diferente ?!?!